Impacto: ESA planeja primeiro teste para desvio de asteroides

Existem muitas teorias a respeito de como destruir ou desviar um asteroide em rota de colisão com a Terra, mas nenhuma das técnicas imaginadas foi testada na prática. Agora, dois centros de pesquisa se uniram para fazer o primeiro teste real de desvio e escolheram o asteroide Didymos como alvo.
Missao AIDA para desvio de asteroide

Batizado de AIDA (Asteroid Impact and Deflection Assessment), a missão é um projeto conjunto entre a Agência Espacial Europeia, ESA e o Laboratório de Física Aplicada (APL) da Universidade Johns Hopkins, dos EUA e vem sendo planejada há mais de dois anos.

O objetivo será o de interceptar o asteroide Didymos quando ele atingir o ponto de menor aproximação com a Terra no ano de 2022, a uma distância de 11 milhões de km.

Didymos é um objeto binário formado por duas rochas que orbitam o mesmo centro de massa. A maior tem cerca de 800 metros de diâmetro e a menor, 150 metros.

AIDA é um esforço internacional de baixo custo que irá enviar duas pequenas naves em direção ao duplo alvo. Uma delas se chocará contra uma das rochas a 22 mil km/h enquanto a outra registrará os dados.
Missao AIDA - trajetoria de interceptacao

Primeiro Passo
Os cientistas esperam que o impacto possa mudar as características orbitais dos dois objetos, condição fundamental para que alguma tecnologia de desvio possa ser desenvolvida. O objetivo da missão AIDA não é mostrar como o desvio será feito, mas é o primeiro passo para isso.

O impactador DART (Double Asteroid Redirection Test) já está sendo projetado pelo APL enquanto o monitor do evento AIM (Asteroid Impact Monitor) ainda será construído pela ESA.

O asteroide Didymos não representa qualquer risco para a Terra e foi escolhido por ser observável por telescópios entre 1 e 2 metros de diâmetro durante a aproximação e após o impacto com DART. Isso permitirá que os cientistas em terra também possam avaliar a dinâmica do choque e a possível cratera que será formada, melhorando os modelos que serão desenvolvidos.

A energia liberada durante o impacto a 22 mil km/h é similar àquela de uma grande peça de lixo espacial ao atingir um satélite e da mesma forma, também deverá modificar a órbita de Didymos e sua lua.

Se der certo, este será o primeiro teste para um futuro sistema de defesa contra asteroides, já que até agora nenhuma das teorias foi colocada em prática.

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